RIVOLI

Presidente da câmara depõe segunda-feira

22.10.2008 - Aníbal Rodrigues - Jornal Público

Manuela de Melo defendeu ontem o modelo escolhido por si na década de 90 para a gestão do Rivoli Teatro Municipal

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, faltou ontem à primeira audiência do processo que opõe 22 antigos trabalhadores do Teatro Rivoli à Culturporto e ao município, alegando que, durante a manhã, teria de presidir à reunião do executivo autárquico e que, à tarde, se iria ausentar da cidade. Face a esta ausência, o juiz do Tribunal de Trabalho de Matosinhos, Alcides Rodrigues, propôs que Rui Rio fosse ouvido pelas 10h da próxima segunda-feira, proposta que mereceu a anuência dos advogados das duas partes. Segundo o advogado dos antigos trabalhadores do Rivoli, Nuno Cáceres, o que a maior parte dos 22 queixosos pretende é a reintegração nos quadros do teatro municipal.

Uma das testemunhas ontem ouvida foi a socialista Manuela de Melo, vereadora da Cultura da Câmara do Porto entre Janeiro de 1990 e Janeiro de 2002. Depois de o Teatro Rivoli ter sido adquirido pelo município em Maio de 1989, durante a vigência de um executivo de maioria PSD, foi Manuela Melo quem liderou o processo de constituição da Culturporto (em 17 de Julho de 1996), a associação participada pela câmara e pelo Instituto Politécnico do Porto, que geriu o teatro até à sua própria extinção, ocorrida em 9 de Janeiro de 2007.

Segundo Manuela Melo, "a obrigação de pôr o teatro a funcionar decorria da própria lei que diz que as autarquias têm por obrigação pôr a funcionar os equipamentos culturais municipais". A constituição da associação, e não uma fundação ou empresa municipal - recordou a actual deputada do PS na Assembleia da República -, deveu-se ao facto de a câmara não ter uma estrutura que pudesse tomar conta do Rivoli e, para além disso, do plano anual de animação da cidade. Pretendia-se ainda uma entidade com conhecimentos na matéria, daí o envolvimento do Politécnico neste processo.

Manuela de Melo salientou ainda que, na gestão da programação do Rivoli, havia "a noção de promover, de dar oportunidade aos artistas locais", existindo também uma visão de cidade virada para a cultura, inovação e criatividade.

Sem comentários: