TCN disponível para mexer no projecto

só se o investimento for "remunerado e amortizado"


01-08-2008 (Lusa)


A TramCroNe (TCN) mostra-se disponível para mexer no seu projecto para o Mercado Bolhão, no Porto, desde que o investimento inicial, de 50 milhões de euros, seja "remunerado e também amortizado".

A empresa reagiu, assim, à ameaça que lhe fez hoje a Câmara Municipal de cancelar "a adjudicação efectuada" a 18 de Dezembro de 2007, para a reabilitação e exploração do velho mercado, se no prazo de um mês não assinar o respectivo contrato com a autarquia.

A posição camarária foi veiculada hoje pelo vereador do Urbanismo e Mobilidade, Lino Ferreira, em conferência de imprensa.

O vereador informou ainda que "a Câmara do Porto está em condições de executar a caução prevista, no valor de 250 mil euros, e de recorrer aos tribunais para pedir à TCN uma indemnização".

A autarquia sustenta que "a TCN estava obrigada a assinar o contrato, cuja minuta foi rubricada e dada como aceite por ela própria", ainda antes da adjudicação.

Pedro Neves, da TCN, disse à Agência Lusa que "a empresa está a trabalhar arduamente para encontrar uma solução que salvaguarde todos os interesses".

"Mas não posso garantir que o contrato possa ser assinado até ao final daquela prazo, porque envolve duas partes", acrescentou.

O responsável especificou que "o conceito que a TCN desenvolveu para o Bolhão cria novos metros quadrados, que permitem produzir um conjunto de rendas que vão suportar o investimento" que a empresa planeia fazer no Bolhão e a sua "amortização".

"Estamos a falar de áreas novas que nós criamos e de como elas vão traduzir-se em custos e proveitos", salientou.

A proposta que a TCN tem para o Bolhão triplica a área actual do edifício, de cinco mil metros quadrados para mais de quinze mil metros quadrados, e acrescenta-lhe quatro novos pisos, dos actuais dois para seis - dois deles são para estacionamento subterrâneo, três para comércio e um para habitação.

Segundo Pedro Neves, "este, conceito, neste momento, não está garantido".

A TCN não fecha as portas a um novo conceito mas só se ele for interessante para todas as partes, que são os comerciantes, a cidade, a câmara e os investidores".

Pedro Neves defende que o projecto, sendo uma "parceria público-privada", obedece a uma perspectiva baseada em "três factores": "o interesse público deve ser salvaguardado, o projecto deve ser sustentável e o sector privado deve ser remunerado de forma a estar motivado para fazer o investimento".

"O que pretendemos é isto", concluiu, acrescentando: "É este conforto que a TCN procura ver reflectido" no projecto para o Bolhão.

Pedro Neves reforça: "O que temos é de garantir a sustentabilidade, para fazer a amortização do investimento".

A TCN garante continuar interessada em investir na reabilitação e futura exploração do Bolhão, tal como ficou acordado com a Câmara do Porto, apesar da ameaça que lhe fez a autarquia.

AYM.

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