Ministro da Cultura:
"Que o Bolhão seja recuperado e não que se faça outra coisa dele"

JPN
Por Manaíra Aires 19.03.2009

Em conferência no curso de Ciências da Comunicação da UP, Pinto Ribeiro abordou os "desafios" das indústrias criativas e apelou à aposta na Língua Portuguesa.

O ministro da Cultura apelou, esta quarta-feira, à rápida recuperação do Mercado do Bolhão. Autor de uma palestra no curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, António Pinto Ribeiro destacou as políticas de recuperação do património urbano do Porto, apontando como exemplo o caso do Bolhão: "Que seja recuperado e não que se faça outra coisa dele". Numa intervenção onde abordou alguns dos temas que marcam a actualidade portuense, o governante realçou a importância de consolidar redes culturais no Porto. Redes que, para o ministro, devem estender-se a cidades como Aveiro, Braga, Vila do Conde, Matosinhos e até para a região da Galiza, na Espanha. Segundo Pinto Ribeiro, "é preciso transformar em fazer aquilo que aprendemos". Mas quando questionado sobre as perspectivas para a implantação da Cinemateca no Porto, o ministro apenas sintetizou: "São muito boas".

As indústrias criativas foram outro dos temas em foco durante a palestra que marcou o arranque do segundo semestre do curso de mestrado em Ciências da Comunicação da UP. Segundo Pinto Ribeiro, os dois grandes desafios actuais consistem em criar novos mecanismos que introduzam os produtos artísticos no mercado e em "definir o que é uma indústria criativa". Pelo meio, o ministro assinalou que o sector das artes receberá este ano 22 milhões de euros, dois milhões a mais que no ano passado. Aposta na língua O discurso teve como enfoque a importância de manter a Língua Portuguesa como um "idioma forte" no mundo globalizado. O ministro assinalou a relevância do acordo ortográfico, mencionou a criação de fundos para o desenvolvimento da língua e apontou projectos de tradução de obras para a Língua Portuguesa.

Pinto Ribeiro lembrou ainda os "cerca de 250 milhões de falantes do Português em sete países do mundo". Um número que o governante quer manter numa altura em que se prevê que "nos próximos cem anos, 98 por cento das línguas irão desaparecer". Como soluções, o ministro destaca a criação de bibliotecas virtuais porque "se o Português não for uma das línguas mais consultados na Net temos tendência a desaparecer. A língua é uma forma de expressão com base no número de falantes e na Internet", apontou. Perante um auditório repleto de futuros jornalistas, Pinto Ribeiro apontou a comunicação social como "grande suporte para a actividade cultural pública", antes de terminar com um desafio: "O estado tem que fazer o maior investimento público para permitir a reconstrução do capital, tão escasso neste momento".

2 comentários:

Anónimo disse...

Eleições estão aí...não acredito que as obras se façam, só porque o ministro da cultura veio de visita ao Porto.. vão adiar as obras para entregar a privados

David disse...

É por estas e outras que estou farto de PSD's a empatar os portuenses com promessas que, tarde ou cedo, se revelam autênticos fraudes. Sem vergonha.

Ainda assim, o PS ficou caladinho... O Rui Sá ainda foi o que mais lutou contra a destruição do mercado, dentro e fora da Câmara. Valha-nos isso.